A ozonioterapia médica é uma terapia alternativa que utiliza o gás ozônio, um agente oxidante, para fins terapêuticos. Seu uso teve início no século XIX, quando médicos alemães começaram a estudá-la como forma de combater germes e bactérias na pele humana.
Durante a Primeira Guerra Mundial, profissionais da Alemanha e do Reino Unido aplicaram a ozonioterapia no tratamento de ferimentos em soldados. Essa prática ajudou a evitar muitas amputações, o que impulsionou sua popularidade, especialmente na Alemanha, onde a técnica continua sendo amplamente adotada até hoje.
Ozonioterapia ao redor do mundo
Atualmente, a ozonioterapia é utilizada por sistemas públicos de saúde em diversos países, como Alemanha, Rússia, Portugal e Cuba, sendo considerada uma alternativa ou complemento aos tratamentos médicos tradicionais.
Na Alemanha, a técnica passou a ser coberta pelos seguros de saúde na década de 1980, um reconhecimento oficial da sua eficácia. Estudos clínicos e a longa tradição do uso do ozônio na medicina alemã sustentam esse reconhecimento. A terapia é aplicada para tratar uma variedade de condições, como doenças autoimunes, infecções, problemas circulatórios e dores crônicas. Muitas vezes, é combinada com outras práticas como acupuntura, fisioterapia e homeopatia.
Ozonioterapia em Cuba
Em Cuba, a ozonioterapia foi incorporada ao sistema público de saúde em 2010. Atualmente, 39 centros médicos oferecem esse tipo de tratamento. Os profissionais cubanos são altamente capacitados e os tratamentos são cuidadosamente documentados e monitorados para garantir sua segurança e eficácia.
Nos últimos 20 anos, Cuba tem investido intensamente em pesquisas sobre ozônio medicinal, lideradas pelo Centro de Investigaciones del Ozono, em Havana. Os estudos, publicados em revistas científicas, demonstram a eficácia da ozonioterapia no tratamento de doenças como diabetes, artrite e problemas cardiovasculares. Por ser acessível e segura, a terapia é amplamente aceita no país.
Ozonioterapia em outros países da Europa
A técnica também é utilizada em vários países europeus, como Espanha, França, Portugal e Suíça:
-
Espanha: reconhecida pelo Conselho Geral de Colégios Oficiais de Médicos, a ozonioterapia é aplicada no tratamento de doenças musculoesqueléticas, como artrose, fibromialgia e lesões esportivas.
-
França: desde 2011, a prática é permitida e está ganhando espaço em clínicas e hospitais públicos.
-
Portugal: usada no serviço público e em clínicas privadas para tratar dores crônicas, herpes, osteoartrite e problemas circulatórios.
-
Suíça: aplicada especialmente em casos de doenças infecciosas como hepatite C e doença de Lyme.
Associações e instituições de pesquisa
Diversas associações ao redor do mundo reúnem profissionais especializados em ozonioterapia. A mais antiga é a International Ozone Association (IOA), fundada em 1971 nos EUA. A mais relevante é a Sociedade Médica Alemã para a Ozonioterapia, com mais de 1.500 membros, fundada em 1972. Em nível global, a International Medical Ozone Federation reúne grande parte dessas organizações.
Entre os centros de pesquisa de destaque, estão o Centro de Investigaciones del Ozono em Cuba, a Academia Russa de Ciências Médicas e a Società Italiana di Ossigeno-Ozonoterapia (SIOOT), na Itália, que promovem estudos, eventos e congressos científicos sobre o tema.
A ozonioterapia tem conquistado espaço em diversos países como uma opção terapêutica complementar. Apesar de ainda gerar debates em algumas regiões, sua eficácia e segurança vêm sendo cada vez mais reconhecidas por profissionais de saúde e instituições públicas, impulsionando seu uso ao redor do mundo.
A ozonioterapia, prática que utiliza o gás ozônio com fins terapêuticos, foi oficialmente autorizada no Brasil em 7 de agosto de 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.648/2023. Essa legislação permite o uso da ozonioterapia como tratamento complementar, estabelecendo que:CREFITO 8+4Agência Brasil+4Jota+4Associação Médica Brasileira+2Cofen –+2Valor Econômico+2
-
A aplicação deve ser realizada por profissionais de saúde de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos profissionais.Valor Econômico+6Biblioteca Virtual em Saúde MS+6Associação Médica Brasileira+6
-
O procedimento deve ser efetuado com equipamentos de produção de ozônio medicinal regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).Valor Econômico+5Agência Brasil+5Associação Médica Brasileira+5
-
O profissional responsável deve informar ao paciente que a ozonioterapia é um tratamento de caráter complementar. Associação Médica Brasileira+2Valor Econômico+2Biblioteca Virtual em Saúde MS+2
A sanção dessa lei gerou debates entre entidades médicas. O Conselho Federal de Medicina (CFM) mantém a classificação da ozonioterapia como prática experimental, permitindo seu uso apenas em estudos científicos aprovados. A Associação Médica Brasileira (AMB) também expressou preocupação, destacando a falta de evidências científicas robustas que comprovem a eficácia e segurança da técnica.
Por outro lado, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) já reconhecia, desde 2020, a ozonioterapia como terapia complementar, autorizando enfermeiros capacitados a aplicá-la, desde que cumpram os requisitos estabelecidos para garantir a segurança dos pacientes. Cofen –
A Anvisa, por sua vez, reforçou que, até o momento da sanção da lei, os equipamentos aprovados para ozonioterapia tinham indicações restritas a áreas como dentística, periodontia, endodontia, cirurgia odontológica e estética.
Assim, a ozonioterapia no Brasil está autorizada como tratamento complementar, devendo ser aplicada com cautela e sob supervisão de profissionais qualificados, respeitando as diretrizes estabelecidas pelos órgãos reguladores e conselhos profissionais.